Hoje mais uma vez as pessoas deixaram-me estupefactas. Juro que por vezes me engano e acho que a estupidez tem limites, mas depois, sem sequer me dar ao trabalho de explorar em pormenor, descubro que a estupidez é como o universo- ILIMITADA!
Já aqui deixei escrito em posts anteriores, o facto engraçado que é ter-me cruzado nalgumas situações da vida (pessoal e profissional) com pessoas absolutamente desequilibradas. Certo é, que se trata de uma factor deveras interessante na minha formação, pois permite-me continuar a “estudar” sem livros abertos!
Bem, não podia era deixar passar (de novo! Sim, não sofreu manifesto meu da outra vez), estas reacções que toda a gente tolera (ou engole!).
Sempre fui educada, que a vida é feita de opções, e por vezes, é-nos de todo difícil uma escolha quase impossível! Mas na verdade, a vida é assim mesmo. Quando se torna complicado conciliar diferentes actores e contextos da vida, temos que optar, tarefa por vezes dolorosa, mas é assim mesmo, ainda não nos conseguimos dividir em dois (ou mais!) e estar em vários sítios e com várias pessoas ao mesmo tempo. Isto não acontece só a algumas pessoas (que estranho não é?), acontece a várias! Aliás, acontece a toda a gente! Seria capaz de escrever aqui uma panóplia de situações em que me senti na necessidade de escolher um sítio ou outro. E claro, que nem sempre foram as melhores decisões, mas a mal ou a bem cá nos vamos remediando.
Ora, o que me faz uma alergia por demais irritante, é alguém ter o desplante (sim, que não encontro uma palavra ainda mais forte!), de sugerir que a incompatibilidade é por intolerância… (pausa longa para me coçar!) …
É isto que não entendo, minha gente, o mundo não está errado, nós é que estamos, porque nós é que somos os actores principais da nossa vida, nós é que fazemos as nossas opções e decidimos para onde nos virar! Eu já aprendi isto, nestes curtos 26 de vida, então porque raio é que gente com mais 10 anos que eu e à partida com muito mais experiência de vida ainda não entendeu?
Desta vez foi impossível ficar de braços cruzados. Senti-me na obrigação de responder aquele e-mail que em parte vi como uma “agenda secreta” (do género, conto só a vocês que não vão partilhar com ninguém e assim nem tenho que enfrentar as pessoas, mas deixo no ar que a culpa é delas, ou de alguém que não eu claro!). Ora ainda bem, que continua também a haver gente que me surpreende pela positiva, e que de alguma forma se mantém atento, envolvendo toda a gente que toma decisões! Obrigada, até que enfim esta atitude, sem medo de partilhar ofensas (pois claro, acabam por cair em saco roto!).
A única dúvida com que fiquei foi quem é que ficaria com ressentimentos? Bem, descansada fico quando percebo que eu não! Significando isto que não preciso de uns anos para esquecer seja o que for. O meu equilíbrio mental sustém as minhas opiniões e afirmações. Deito-me todos os dias feliz e confiante do que sou, preciso lá de opiniões dos mal amados!
Assim, pensei muito bem em cada palavra, passando a mensagem que um movimento e um agrupamento (que também é meu, bem como até dos lenços amarelos, ou até mesmo sem lenço!), me transmitiram, deixando clara a minha opinião, se bem que mascarada com algumas palavras bonitas para não ferir (directamente) susceptibilidades. Claro que esta forma pomposa serviu também para me proteger, com alguma ironia.
Por fim, não posso deixar de manifestar o meu contentamento - ATÉ QUE ENFIM! Que não há cá tempo para isto!
Vão lá, à vossa vidinha infeliz, dentro de um casamento falso e sem sinceridade (e respeito), a continuar a educar crianças que cada vez mais trazem mais problemas noutros contextos (claro que também é culpa e intolerância desses contextos), em locais de trabalho que as únicas pessoas que os reconhecem são os familiares (que por sinal também sofrem do síndrome Peter Pan, bem como já aprenderam o discurso “sou um infeliz porque o mundo e a vida tratam-me mal!”).
Desta vez fiz questão de não me inibir de me manifestar. E finalmente, posso perder a minha postura e ser ofensiva se bem me apetecer.
Ainda bem que tarde ou cedo as pessoas acabam por se manifestar.
Agora outros “quinhentos”. Ontem fui à corrida do fim da Europa. Eram apenas 4.200km mas confesso que não estava com fé nenhuma. O frio e a chuva têm-me tirado toda a vontade de treinar, e a preparação era por isso pouca…
Ao lado ía o querido, que o que lhe custou mesmo foi correr tão devagar! Mas manteve-se ali ao meu lado, a ver-me por vezes em sofrimento, mas a ver-me não desistir. E ao ver a meta ali tão perto, era impossível “morrer na praia”, numa corrida com uma vista absolutamente fenomenal (Cabo da Roca), e mantive o meu passo lento mas terminei. Os dois, lado a lado, de mão dada, numa vitória pessoal com um sabor delicioso da relação.
Muito doce!
E para terminar (que hoje pareço sem fundo), meu Anjo, desnecessário dizer-te que a vida é assim mesmo, e que as dores são todas (bem, quase todas) ultrapassáveis. Mas esta é, apesar de olhares para ela e te poder parecer impossível. Mas não é, os dias agora vão piorar, a dor vai ser mais intensa ainda. Virá uma fase de negação enorme, e um sentimento de solidão associados a luto que vai parecer não ter fim. E depois, sem sequer dar-mos conta disso, a vida vai passando, continuando com as coisas boas que nos vão contemplando, chegando a uma altura que reparamos que afinal a dor já nem está lá.
O tempo, esse sim vai-se encarregar, de resto não há muito a fazer, apenas uns abraços e uns mimos de conforto. Sei bem que disso tu és capaz. Hoje e amanhã estarei ao teu lado, para te suportar enquanto sei que assumes o papel de muleta a alguém que amas tanto. Quando caíres, podes ter a certeza que te vou suportar!