Tantas mas tantas vezes me apetece escrever o que sinto num momento... e depois dá-me a preguiça!
E não há dia que não me lembre que devia ter registado isto ou aquilo... não há não!
Tantas mas tantas vezes me apetece escrever o que sinto num momento... e depois dá-me a preguiça!
E não há dia que não me lembre que devia ter registado isto ou aquilo... não há não!
Que tipo de pessoa sou. Desde há muito que me acho boa pessoa. Coerente e com principios. Mau feitio, mas muito muito amiga do meu amigo.
Desde que casei que me considero uma esposa cuidadora e atenciosa. Com muita paciência para mau humor ou obsessões descabidas. Desde que fui mãe que me considero extremosa. Que me aprendi a virar com tantas as dificuldades que existem a cuidar de gémeos praticamente sozinha.
Há uns largos meses que considero que não mereço qualquer felicidade.
Que devo ser má pessoa.
Que não mereço uma relação feliz, um marido dedicado, atencioso, carinhoso. Que não mereço uma relação de partilha, com divisão igual dos trabalhos que a vida tem. Que não mereço os filhos perfeitos que tenho, que principalmente eles mereciam uma mãe muito melhor.
Tenho tantas mágoas dentro de mim que cada vez me sinto a afundar numa dor que sinto a consumir-me cada vez mais.
E agora sempre que me ponho em causa (constantemente ultimamente), e sinto que não estou errada, que merecia mais e melhor, rapidamente caio e ouço em eco as palavras de uma das minhas melhores amigas dizendo que não é fácil ser minha amiga... e destrói-me. Afinal acreditava que podia ter os maiores defeitos do mundo, mas que como amiga era exemplar. Que corria para os meus amigos sempre que eles precisavam... afinal nem nisto eu sou boa.
Se calhar é isto. Sou má pessoa e não mereço uma felicidade que achava merecer.
Mas tenho que aprender a dar a volta a isto, afinal, tenho que aprender a guardar as lágrimas, sem "drama" como já fui acusada.
Eu só queria mais. Queria a partilha, queria o mimo, queria a importância, queria as declarações de amor, queria ser feliz, queria sentir que valia a pena. Que eu valia a pena. E se calhar é isto mesmo, não valho.
Agora vou guardar tudo isto dentro de mim, respirando fundo, esperando que não rebente um dia, pois apesar de tudo, ainda acredito que não existe ninguém que dê melhor aos meus filhos do que eu! Apesar de tudo, apesar de eles merecerem bem melhor, ninguém, mas ninguém os ama mais que eu!