... o local onde grito sem medo, nem censuras...

07
Abr 10

Pôr um ponto final numa relação é deveras dificil. Por variadissimas razões que nem sempre estão ligadas ao gostar, ao amor!

Por vezes, simplesmente nos mantemos numa relação (ou a retomamos) porque sim. Meses (às vezes anos) se passam e estamos lado a lado com alguém só porque sim. E é neste momento que se houverem mentes mais jovens a ler este post, acham que isto não acontece e principalmente que nunca lhes vai acontecer!

Enganam-se! Muito!

Seguimos por vezes anos numa relação, simplesmente porque nos habituámos a ela. Não digo que o amor tenha tido um ponto final definitivo, mas por vezes esquecemo-nos das razões pelas quais nos mantemos com esse alguém. Esquecemo-nos que temos que sentir SEMPRE as borboletas na barriga, o sorriso quando olhamos para a pessoa, e não apenas olhar para ela e saber o que esperar!

Eu já passei por isso, anos a fio com alguém, porque quase tudo era perfeito, e o quase quando me pûs a analisar, afinal era muito! Anos, com interrupções, porque outros me apareceram no caminho e mais mexeram comigo (e com as minhas borboletas)! Enfim, deixei-me levar por aquilo que os meus 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20 anos me íam dizendo!

E depois em tempos também achei que as coisas também seriam para sempre, ou que mudariam um dia... tola jovem, que precisou de uns anos de amadurecimento (e umas rugas que já vão aparecendo), bem como mais umas experiências de vida para poder mudar a sua visão de visa. Mas isto seria será outro post!

 

O que me lembrei de relatar aqui hoje, é a uma conversa que tive no fim-de-semana passada. Tenho uma amiga que namorou 10 anos! E ao fim de 10 anos, com casa preparada para os receber, com vida organizada para esta partilha, decidiu terminar o namoro. Não, não apareceu outro alguém, foram uma série de situações sobre as quais um dia também escrevo, para assinalar as diferenças de maturidade entre homens e mulheres.

Mas acabou, e ela triste relatava que perdeu muitos amigos com o fim do namoro. Comecei logo a ficar com comichões (como fico quando não percebo claramente algo!). Perguntei-lhe que amigos eram, e que nos nossos quase 30 anos, já não me fazia sentido que isso acontecesse. Respondeu-me que eram amigos "comuns". Foi aqui que estranhei mais ainda! E disse-lhe: "M. como pode isso acontecer? Isso não existe, existem os teus amigos, os deles, e aqueles com quem convivem os dois, mas vieram de um dos lados!". Ela garantiu-me que não, que eram amigos com quem conviviam os dois, e afinal tinham sido 10 anos. Bem, não quis magoá-la, e percebi que à medida que colocava o meu ponto de vista, estava a pôr o dedo numa ferida, desnecessáriamente.

Mas aqui posso escrever livremente sobre isso (ela nem sequer conhece o meu blog!), e isso dos amigos comuns no casal existirem é um mito urbano!

Só há uma situação em que os amigos sejam mesmo comuns, é quando o casal surge no meio de um grupo comum!

Muitas vezes isso não acontece (comigo nunca aconteceu, sempre achei que a amizade era algo muito valioso para se manter, e não se estragar com uma paixão), os relacionamentos surgem de pontos opostas, logo, cada um tem os seus amigos. Enquanto a relação dura (e quanto mais dura), os amigos serão "comuns", mas na verdade, com o fim da relação voltarão aos seus respectivos lados (lá está, a amizade é muito valiosa!).

Ainda lhe disse: "Olha M. eu namorei quase 7 anos com alguém e mais 2 com outro alguém, e te garanto que no fim da relação, acabando a bem ou a mal, nunca perdi nenhum amigo! Porque os quer eram do lado dele, os ditos "comuns" continuaram a fazer parte da vida de quem já faziam anteriormente (independentemente do tempo de namoro e das causas do fim). A minha amiga está triste por toda esta situação, e apesar dos seus 29 anos de vida, na verdade ele tinha sido a sua única experiência, logo a dor é maior (mas passa M., passa mesmo!).

À medida que ía reflectindo sobre isto a B. ouvia, e julgo que se revia! Também ela já me tinha feito queixas semelhantes, e eu disse-lhe o mesmo. SE calhar agora ela consegue compreender e ver as coisas de outro modo, se calhar ela agora consegue ver que fez em certa parte uma substituição dos seus amigos pelos dele, para passarem a ser "deles", e quando houve a rotura, ele não os perdeu... e ela considerou que sim!

 

Por curiosidade também perguntei ao N. se alguma vez tinha perdido amigos com o fim de uma relação. Disse-me que sim, mas também percebeu que não eram amigos... eram dela, lá está. Lembro-me de me dizer numa altura que tinha ido passar uns dias com uns amigos... curioso que era o segundo Verão que ía... e não voltou a ir quando a relação sexual de amizade terminou. Eles eram os amigos dela, da zona dela, e esses certamente se manteram para ela.

Aquilo que me faz uma certa confusão é as pessoas afastarem-se dos seus, das suas saídas e conversas, para substituirem pelos dos outros, porque quando há a ruptura, e voltam para os seus meios, esquecem-se de onde vieram e por quem estavam as pessoas.

 

Não conheço na verdade ninguém que tenha perdido algum amigo no fim da relação. Eu já perdi amigos por manter a relação! lol, mas esses claro que voltaram.

 

Observem bem os vossos, aqueles que estiveram antes, durante e depois, os que se juntam, podem muito bem não estar no depois.

 

 

publicado por Ovelha Negra às 15:00
sinto-me:

Janeiro 2016
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
27
28
29
30

31


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO